25 junho, 2010

O Golpista do Ano (I Love You Phillip Morris)




Um filme que retrata a história real de um homem que viveu de pequenos e grandes golpes, com uma capacidade incrível de sempre fugir e se safar, até ser definitivamente preso. Não, não estamos falando de Prenda-me Se For Capaz de Steven Spielberg com Tom Hanks e Leonardo DiCaprio. Há uma outra informação que muda completamente o personagem principal: ele é homossexual. Apesar do mote ser praticamente idêntico, a história de O Golpista do Ano é totalmente diferente.

Além desse fator principal, este é dirigido por uma dupla e estreantes, Glenn Ficarra e John Requa. Ambos trabalharam até então apenas como roteiristas - e sempre em dupla - de filmes bobos como Como Cães e Gatos e sua continuação. E, apesar da presença de Jim Carrey e seus trejeitos, este não é só uma comédia. A dupla trabalhou bem, conseguindo um resultado honesto na primeira investida como diretores.

O que foi muito ajudado pelo elenco. Jim Carrey, como sempre em seus filmes com um pouco mais de drama, luta para controlar seus impulsos humorísticos, e consegue na maior parte do tempo. A participação especial do brasileiro Rodrigo Santoro é muito boa, mas o destaque da fita vai para Ewan McGregor. Como seus conterrâneos ingleses, Ewan atua com o corpo todo, exibindo trejeitos de liguagem corporal que tornam seu personagem - o Phillip Morris do título original - no melhor da história. E, ao contrário do que se pensaria considerando que o personagem é homossexual, ele consegue isso não pelo exagero, mas pela contenção.

A dupla de diretores - que também escreveram o roteiro - poderia ter apostado um pouco mais na força da história, que ainda leva muito para o humor. Ainda assim, é um filme interessante, que merece a atenção que chamou.

12 junho, 2010

Cartas Para Julieta (Letters To Juliet)




Contrariando o calendário, um drama/comédia romântico típico do Valentine's Day chegou a nós justamente no Dia dos Namorados. Cartas Para Julieta é a nova produção de Gary Winick, que fez De Repente 30, Charlotte's Web e mais recentemente a bobagem Noivas em Guerra. Neste, ele exercita melhor seus dotes de diretor, colocando na tela uma história realmente interessante por trás do conhecido e esperado "garota conhece garoto o no começo não se gostam mas depois se apaixonam". E tem também algumas, com o perdão do trocadilho, cartas na manga.

A primeira é a paisagem deslumbrante da Itália, bem aproveitada na urbana Verona e também no trecho road trip do filme, pelo interior do país. Cores vibrantes do verão local, reforçadas por um figurino igualmente alegre, tudo bem fotografado. A trama segue um bom ritmo, e Winick aproveita bem os minutos da fita para contar sua história.

Sua atriz principal é a já quase onipresente Amanda Seyfried, alternando entre o papel da doce donzela com o da quase vilã nos últimos filmes. Ela contracena com um Gael Garcia Bernal em uma ponta cômica, e um tanto exagerada, e com o inglês Christopher Egan, em uma atuação bastante decente. Mas sua segunda carta na manga é Vanessa Redgrave. Um dos grandes nomes do cinema mundial, com suas mais de cem produções no currículo, ela domina cada segundo em que aparece, e sem esforço. É sensacional vê-la grandiosa em um papel coadjuvante.

Apesar de casar bem com o calendário daqui - que foi propositalmente selecionado, causando o "atraso" de algumas semanas no lançamento nacional - também entrou no mesmo período de alguns grandes lançamentos, os blockbusters do verão norte-americano, fazendo com que perca um pouco da atenção. Não é exatamente o filme imperdível, mas é bem feito e merece o ingresso.