26 fevereiro, 2011

10 regras para salvar os cinemas

Originalmente, este blog foi criado para compartilhar minhas críticas de filmes. Mas deparei-me esta semana com uma crítica à indústria das salas de cinema no Brasil, que simplesmente não posso deixar de compartilhar. São coisas simples, mas que todos os cinéfilos concordam plenamente. E, mais importante, são coisas que fariam aqueles que simplesmente gostam de cinema voltar também às salas. Infelizmente, são também coisas que o bom senso, se escutado, seria suficiente para que fossem feitas. Sem mais delongas, o excelente texto do Paulo Villlaça:

10 regras para salvar os cinemas

Que o público de cinema tem diminuído significativamente, todos já sabem. Alguns culpam a pirataria; outros, o preço dos ingressos. O fato, porém, é que ir ao cinema tem se transformado em uma experiência que, longe de trazer o prazer antes garantido pelo ato de assistir a um filme na tela grande, vem se transformando num exercício de paciência: o público vem se tornando cada vez mais grosseiro, as projeções deixam a desejar e os longas são distribuídos com atrasos absurdos.
Na maior parte do tempo, como crítico de cinema, tenho o privilégio de assistir aos lançamentos semanais não só com certa antecedência, mas na companhia de espectadores que sabem se comportar: meus colegas de profissão. Há, claro, o inconveniente de as cabines (as sessões para a crítica) acontecerem pela manhã - um horário que meu organismo aprendeu a rejeitar ao longo das décadas -, mas isto é um obstáculo insignificante diante da perspectiva de passar raiva nas sessões abertas ao público.
Recentemente, tendo sido obrigado a encarar uma sessão dupla de Biutiful e Besouro Verde no BH Shopping, em Belo Horizonte, lembrei-me da frustração representada por uma experiência medíocre nas salas de cinema, o que me levou a propor as dez regras seguintes que, voltadas para os exibidores e distribuidores, têm o objetivo de apontar o caminho da reconciliação entre o público e a tela grande, levando a um novo crescimento na venda de ingressos. Não custa sonhar.
As três primeiras regras são voltadas para os distribuidores; as seguintes, para os exibidores. Espalhem a mensagem.
1) Ter bom senso ao definir as datas de lançamentos - À Prova de Morte foi lançado no Brasil depois de Bastardos Inglórios, que Tarantino dirigiu dois anos depois daquele segmento de Grindhouse. Woody Allen, durante um bom tempo, só chegava por aqui com um ou dois anos de atraso. Scott Pilgrim foi adiado diversas vezes até ser lançado de maneira porca em algumas poucas praças. Nós sabemos que não há mercado no Brasil para todas as produções lançadas ao redor do mundo anualmente e que planejar o que vai para o cinema ou o que será distribuiído diretamente em home video exige um estudo cuidadoso - ainda assim, o jogo de datas que ocorre toda semana, com várias alterações e cancelamentos, é algo que não permite nem mesmo que o espectador brasileiro crie expectativa com relação aos projetos que deseja ver. Nos Estados Unidos, os cinéfilos já sabem com antecedência que às vezes chegam a dois ou três anos a data exata em que o filme que querem ver irá estrear; aqui, marcar um lançamento no calendário seria passar atestado de burrice, já que as distribuidoras parecem anunciá-los aleatoriamente, não se importando em mudá-los muitas vezes na semana anterior à suposta estréia. Com isso, não há estímulo maior para a pirataria e para o download domiciliar, já que a incerteza de poder assistir ao filme é, sem dúvida, um grande motivador para que vários fãs garantam por conta própria a exibição da obra.
2) Jamais lançar um filme estrangeiro apenas em cópias dubladas - Durante um longo tempo, o padrão de lançamento era o seguinte: filmes infantis chegavam em cópias dubladas e legendadas; os adultos, apenas com som original e legendas. Era um sistema perfeito que garantia a alegria de todos os segmentos. Nos últimos tempos, porém, tem se tornado cada vez mais freqüente que obras voltadas ao público adulto também ganhem cópias dubladas e as animações não ofereçam opção de legendas para os interessados. E isto é de uma estupidez surpreendente. O que as distribuidoras não parecem perceber é que, com isso, estão afastando os cinéfilos que sempre tiveram o hábito de ir aos cinemas - e se em contrapartida acreditam que os longas dublados atrairão um novo público, estão terrivelmente enganadas, já que espectadores com este perfil sempre valorizaram e continuarão a valorizar mais a experiência de se ver um filme em casa, na tevê. Resultado: afasta-se uma parcela antes fiel à telona sem garantir que um novo segmento ocupe seu lugar.
3) Só incluir os créditos da legendagem quando o filme terminar de fato - Já perdi a conta do número de vezes em que subitamente fui informado de que o filme chegara ao fim ao ler a legenda "Tradução de Fulano de Tal" - um crédito que surgia na tela enquanto a narrativa continuava a transcorrer. A política aparentemente é a de que, terminados os diálogos, o tradutor deve assinar seu trabalho, mesmo que ainda restem vários segundos ou mesmo minutos de projeção. Isto ocorreu, por exemplo, em Vivendo no Limite e, recentemente, em Além da Vida. Ora, se um diretor quer que observemos algo na tela por algum tempo antes de partir para os créditos finais, é porque acredita que isto é importante para o impacto emocional de sua obra - e ao jogar o nome do tradutor na tela antecipadamente e revelar, assim, que o filme basicamente chegou ao final, os responsáveis pela legendagem sabotam este efeito, desrespeitando as intenções do realizador.
4) Jamais interromper a projeção antes que os créditos finais se encerrem - Por motivos que discuto em meu curso e já abordei perifericamente aqui no blog, o tempo dedicado aos letreiros finais é precioso na experiência do espectador no cinema; faz parte de seu retorno gradual à realidade, permitindo que o longa se sedimente em sua mente e em sua percepção emocional ao mesmo tempo em que já abre espaço para a reflexão sobre o que acabou de ser exibido. Cortar os créditos é, assim, uma forma ótima de sabotar o impacto provocado pela narrativa, além de ser um imenso desrespeito à equipe ali reconhecida. Como se não bastasse, tem se tornado cada vez mais comum que cenas sejam incluídas após os créditos finais - e já fui repetidamente agredido como cliente dos multiplexes ao permanecer na sala (algo que sempre faço, mesmo quando sei que não há nada depois dos letreiros) apenas para ver a projeção interrompida quando eu sabia que haveria uma cena extra dentro de alguns minutos. Quando pago um ingresso, pago para ver todos os minutos de projeção - e não é à toa que a duração de um filme informada pelas distribuidoras inclui os créditos finais.
5) É fundamental treinar bem os funcionários do cinema - Já fui tratado com impaciência, agressividade ou descaso por funcionários de diversas salas em todo o Brasil. Recentemente, ao tentar entregar meu ingresso para a sessão de Besouro Verde, no Cineplex BH, fui surpreendido pela atitude do funcionário que, ao ver meu ingresso, empurrou-o de volta à minha mão e disse com um tom bruto: "A sala não abriu ainda. Você não pode entrar, não". E quando perguntei se não havia um local de espera dentro do cineplex, a resposta foi: "Tem, não. Se quiser, tem que esperar lá fora". Da mesma maneira, no Cinemark do Pátio Savassi, fui obrigado a pedir silêncio às duas funcionárias do espaço que insistiam em conversar durante a sessão e que nem ao menos desligaram seus rádios, permitindo que apitassem a cada três ou quatro minutos. E a questão vai além, já que este treinamento tem a ver também com a regra seguinte...
6) Nunca abra as portas da sala antes que o filme chegue ao fim - Assim como o surgimento do nome do tradutor arruína a experiência, é frustrante perceber, enquanto a projeção ainda está ocorrendo, a movimentação dos funcionários na parte dianteira da sala para abrir as portas de saída no exato segundo em que o filme chegar ao fim. Além de ser uma distração nada bem-vinda, esta atitude indica a iminência do desfecho da história momentos antes do planejado pelo realizador. Porém, considerando a freqüência com que os funcionários chegam a abrir a porta antes do final do filme, tenho até me sentido grato quando se limitam apenas a caminhar rumo à saída.
7) Voltar a empregar lanterninhas que monitorem a exibição - O cinema Arclight, em Los Angeles, é considerado o melhor de uma cidade na qual o padrão de projeção é, por natureza, mais exigente do que na maior parte dos lugares. E há um motivo para isso: antes do início da cada sessão, um funcionário da casa se dirige ao público explicando que o rigor técnico é uma preocupação do lugar e que, várias vezes durante a projeção, ele retornará à sala para verificar se está tudo correndo bem - além de avisar que estará logo ali fora caso algo ocorra. Já nos nossos cinemas, espectadores conversam o tempo inteiro, atendem celular, brigam nas salas, a projeção sai de foco, caixas de som deixam de funcionar, a película sai da posição e ninguém faz nada caso uma revolução não ocorra. Ora, quando pago ingresso, quero a experiência completa, perfeita: uma projeção impecável em uma sala silenciosa. Se há outros clientes ali que não respeitam isso, então devem ser removidos do local, já que não têm o direito de estragar aquele momento para todos os demais. Antigamente, o lanterninha se encarregava de manter este respeito mútuo na sala: de tempos em tempos, entrava para verificar o comportamento e não hesitava em exigir educação ou retirar os imbecis que não compreendiam que todos ali pagaram ingresso para assistir ao filme, não para ouvir sua voz irritante. Hoje em dia, são os próprios espectadores incomodados quem devem agir por conta própria - e não é à toa que têm ocorrido um número cada vez maior de brigas nas salas e até mesmo de mortes (como o sujeito que foi esfaqueado há cerca de um ano depois de atender o celular várias vezes e o rapaz que levou um tiro, semana passada, por comer pipocas de forma excessivamente barulhenta em uma sessão de Cisne Negro).
8) Limpar os óculos 3D - Os cinemas cobram, em média, 30% a mais pelos ingressos das salas 3D - um custo justificado por eles como sendo fruto da necessidade de higienizar e manter os óculos especiais usados pelo público. Assim, é inaceitável que recebamos, em troca destes 30%, óculos sujos, com lentes manchadas e que às vezes chegam até a feder - isto quando não estão tortos. Querem cobrar mais? Então prestem algum serviço por isso.
9) Usar a intensidade de luz adequada do projetor - Muitos exibidores têm a noção equivocada de que uma boa maneira de aumentar a vida útil das caras lâmpadas de seus projetores reside na estratégia de mantê-las numa intensidade menor do que a recomendada pelos padrões técnicos internacionais. Isto não só é uma besteira, já que as horas úteis se mantêm inalteradas, como ainda contribui para tornar a experiência pior para o espectador, que é obrigado a assistir a uma projeção escurecida e longe do ideal. Quando esta prática se soma às projeções em 3D, que exigem os óculos que já comprometem a luminosidade, o resultado é desastroso.
10) Limitar o tempo de propagandas antes dos filmes - Sim, é verdade que as salas de exibição não costumam tirar a maior parte dos seus lucros dos ingressos, que, afinal, são revertidos em sua maioria para as distribuidoras. Assim, se as bomboniéres são as responsáveis pelos lucros dos cinemas (sim, eles estão mais interessados na venda de pipoca e refrigente do que nos ingressos em si), os exibidores também têm se mostrado cada vez mais interessados no trocado extra proporcionado pelos vídeos publicitários exibidos no início das sessões. Até aí, tudo bem: é preciso compreender que há uma necessidade comercial em jogo. Porém, quando as propagandas começam a interferir na experiência do cliente/cinéfilo, algo está muito errado - e já estive em sessões que tiveram quase 20 minutos de publicidade antes do início dos trailers. Assim, um acordo razoável seria o de permitir no máximo 5 minutos de comerciais no início da sessão - e com a exigência de que estes vídeos comecem pontualmente no horário marcado no ingresso. Com isso, o espectador que não quiser se submeter à publicidade indesejada poderá usar este tempo para ir ao banheiro ou comprar pipocas - o que, mesmo assim, certamente deixará um número suficiente de clientes na sala para justificar o interesse dos anunciantes (já que, afinal, nem todas as sessões têm comerciais e poucos se arriscariam a um atraso apenas por apostarem nos cinco minutos de publicidade).
Se estas dez regras passassem a ser seguidas por distribuidores e exibidores, estou certo de que o público de cinema voltaria a crescer. Infelizmente, enquanto não forem implementadas, nós, amantes do cinema e defensores da experiência da tela grande, não teremos muitos argumentos que convençam outros a dividirem esta paixão. Afinal, confesso ficar sem resposta quando alguém me pergunta algo como "Por que eu deveria pagar por ingressos caros, estacionamento, pipoca e refrigerante para ter uma experiência medíocre e irritante se posso ficar em casa e assistir ao filme na minha tevê de tela grande em alta resolução (baixado pela Internet ou comprado) sem passar raiva e gastando muito menos?".
Em vez de rebater, sou obrigado a concordar e a dizer apenas: "É verdade. Distribuidores e exibidores, por que deveríamos?"

20 fevereiro, 2011

O Discurso do Rei (The King's Speech)




Não é fácil descrever a realeza em tons humanos, seja ela de qual país for. Especialmente, não é fácil retratá-la fora da sua pompa sem cair em um tipo de crítica não velada ao estilo de vida dos reis e rainhas. Este talvez seja o maior trunfo de O Discurso do Rei, a delicadeza com que David Seidler mostra as circunstâncias em que George VI foi levado ao trono, após uma transtornada sucessão. Inseguro e gago - talvez o primeiro em decorrência do segundo - ele nem mesmo queria ser rei.

Seidler é um roteirista experiente, com seus quase 20 títulos no currículo, mas sem nenhum grande. Filmes para TV, episódios de seriados e desenhos animados estão entre suas produções. Parece que ele estava esperando algo para mostrar ao mundo sua obra maior. E estava. Gago ele próprio quando criança, e tendo ouvido o discurso original que dá nome ao filme, ele sempre quis filmar a história, tanto que consultou a esposa de George, a Rainha-Mãe Elizabeth, que pediu-lhe para que não o fizesse enquanto estivesse viva. Ele cumpriu, e só agora podemos aplaudi-lo.

Ele achou em Tom Hooper - também com vários títulos de TV no currículo - a batuta certa para seu belo roteiro. E ambos souberam convidar o elenco certo, a começar por Geoffrey Rush. Sim, Colin Firth parece ser o ponto principal da história, e está de fato excelente, mas é Rush que costura a trama, que dá a liga que faltaria sem ele. Helena Bonham-Carter, numa atuação bastante competente, completa muito bem a equação.

A história dessa relação humana no meio real, uma relação que foi quase forçada pelos métodos não ortodoxos do terapeuta interpretado por Rush, é de uma beleza única. É o tipo de filme que toca com facilidade a maioria das pessoas - o que explica os vários prêmios e indicações que coleciona. Um belo exemplo de cinema que merece certamente sua presença nas salas.

19 fevereiro, 2011

De Pernas Pro Ar




Já escrevi várias vezes sobre o renascimento do cinema brasileiro, muito graças à Globo Filmes, e de como mesmo filmes bobos e vazios ajudam, no fim das contas, a sedimentar o cinema como negócio no Brasil - o que, com sorte, pode culminar e mais produções e mais espaço para os cineastas. De Pernas Pro Ar é um título típico desse movimento. O filme começa bem ruim, reciclando mal clichês já utilizados em filmes que vão de Em Busca do Prazer - The Oh in Ohio, no original, um bom filme - a, pasmem, Transformers - “Não é a mulher que escolhe o vibrador, é o vibrador que escolhe a mulher”. Quase dá vontade de sair da sala, não fosse algumas risadas promissoras nesse primeiro ato.

Depois melhora, mas não muito. O tempo todo a comédia de Roberto Santucci, sobre o texto de Paulo Cursino e Marcelo Saback, patina em ser mais que uma colcha de retalhos de assuntos, cenas e diálogos já utilizados, sem dar nenhuma nova roupagem. Em Busca do Prazer aparece novamente na cena de um orgasmo público causado por um aparelho, digamos, bem posicionado - a cena, inclusive, aparece ainda em outro filme, A Verdade Nua e Crua.

Ingrid Guimarães, a estrela, só em alguns momentos consegue realmente dar vazão à personagem. É de estranhar que uma “não atriz” como Maria Paula dê um banho de performance nela, ainda que não seja uma atuação ótima. A diversão maior na atuação fica na participação excelente de Denise Weinberg como a mãe, e Antônio Pedro como seu namorado.

No fim das contas, há aquelas poucas cenas engraçadas e bem cronometradas que explodem as risadas no cinema, e pouco mais que isso. Podemos, então, colocar esta produção na conta dos erros não tão graves necessários para fortalecer o cinema brasileiro.

08 fevereiro, 2011

No blog dos outros

E bem quando eu imaginava que ninguém lia o meu blog, eis que os velhos amigos da FCS me convidam para contribuir com o blog deles. Com esta, é a segunda vez que "apareço" no blog dos outros - a primeira foi uma simpática citação no Na Casa do Mamãe. Desta vez, me pediram um texto exclusivo, uma crítica a um filme com publicitário, e a um filme publicitário - pena que não pediram uma crítica de filme publicitário com publicitário, eu poderia realizar o sonho de escrever sobre aquele comercial da Honda...

Aos que tem coragem, é só clicar no link ou na imagem para ler, direto do blog da FCS Bem Pensado, minha singela participação.

07 fevereiro, 2011

Cisne Negro (Black Swan)




Darren Aronofsky gosta de filmes fortes, no limite do perturbador. Sua última produção, o excelente O Lutador, mergulha profundamente em um falido e caído personagem. Agora, ele faz o contrário, pegando uma bailarina que ganha o papel da sua vida. Mas o faz com o mesmo olhar visceral e destituído de benesses. Nos subúrbios de um condomínio de trailers ou no aparente glamour de uma grande companhia de balé de Nova York, o que realmente interessa é o personagem retratado.

Natalie Portman dá vida à Nina, a jovem que ganha seu grande papel na montagem do clássico O Lago dos Cisnes. Sua carreira sempre mostrou que é uma atriz bastante capaz, mas finalmente conseguimos ter noção da dimensão do seu talento. Ela consegue dar veracidade à tímida e contida Nina com a mesma destreza com que a faz soltar em momentos chave seu lado negro. Li algumas opiniões dizendo que Mila Kunis está, aqui, melhor que Portman. Bobagem. No papel da bem resolvida Lily, Kunis está bem, sim, mas não precisou expor mais que sua beleza. Vincent Cassel, como o diretor da companhia, mostra porque a escola europeia de atores sempre gerará ótimos frutos.

Cisne Negro, como outros de Aronofsky, não é fácil de ser assistido. Sem sustos e com efeitos especials que são realmente apenas suporte de cena, ele nos transporta com tensão quase ininterrupta do início ao fim da fita. Auxiliado por uma trilha sonora impressionante, que a exemplo do A Origem de Christopher Nolan distorce e altera a música de Tchaikovsky ao ponto de deixá-la irreconhecível.

Dos quatro indicados ao Oscar de Melhor Filme que assisti, este é o único que faz jus a uma disputa séria com A Origem - apesar de saber que nenhum dos dois está realmente no páreo, que ficará com A Rede Social ou O Discurso do Rei. Cisne Negro é bom cinema naquilo que ele tem de melhor, colocado na dose certa na tela, contando a história só até onde ela deve ser contada. Imperdível.