Saber que a produção contratou Raja Gosnel para a direção tampouco ajudou a melhorar a situação. Seu currículo conta com bobagens como Esqueceram de Mim 3, Vovó Zona e os dois fracos filmes do Scooby Doo. Tudo revelava uma combinação de ingredientes pouco promissora. Só as imagens da modelagem por computador dos seres com três maçãs de altura dava algum alívio.
Mas, no fim das contas, a mistura deu certo. Além da computação gráfica excelente, a história conseguiu unir o charme dos episódios curtos às necessidades de um longa. E, vejam só, esse charme veio justamente do fato dos Smurfs acabarem em Nova York. O início, mostrando a Vila dos Smurfs na Floresta Encantada, gera suspiros de nostalgia nos adultos, e de expectativa nas crianças. Elas são, aliás, o grande público do filme - ao contrário de outros com a mesma origem que tentam agradar os trintões como se eles fossem pequenos. É por isso que Smurfs funcionou no cinema: usou o foco certo e fez um filme infantil simpático e agradável.
Claro, não foge dos clichês do gênero ao colocar o tom moralizante, na figura de um homem preparando-se para ser pai. Neil Patrick Harris, conhecido de diversas séries televisivas, faz seu papel sem exageros. Jayma Mays, seu par, já perde levemente a mão e não resiste à fofura azul. Hank Azaria, a quem coube o vilão Gargamel, estudou bem o personagem animado e atua com desenvoltura, inclusive na sua interface com o gato virtual Cruel - também excelentemente modelado e animado. Feito para crianças como deve ser, divertido e descompromissado.
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