A fórmula parecia promissora. Além de Soderbergh, um elenco repleto de grandes nomes. Matt Damon, Gwineth Paltrow, Laurence Fishburne, Jude Law, Kate Winslet, Eliot Gould, Marion Cotillard, são tantas estrelas que não há tempo na tela para todas. E, ainda assim, o filme se perde. O roteiro, assinado por Scott Burns - o mesmo de O Desinformante e Ultimato Bourne - parece ser a peça que não se encaixa na equação.
As atuações boas da maior parte do elenco não são suficiente para segurar a história. O começo é bom, com tensão e ritmo, e várias tramas paralelas conseguindo amarrar umas às outras. Tudo segue rápido e coerente, até o ponto em que, aparentemente, Burns não soube mais o que contar. Então o ritmo se perde completamente, as histórias se tornam fios soltos, e nenhuma resolução se apresenta. Há, em alguns momentos, indícios de que o ponto chave seria as consequências do desespero sobre a sociedade; em outros, parece ser uma crítica à forma como os poderes governamentais gerem situações como essa; há mesmo um início de drama familiar. E nada evolui, ao ponto de o final ser uma decepcionante e desnecessária volta ao começo.
É decepcionante ver tantos talentos desperdiçados. Houve até uma ação de divulgação muito interessante com o nome do filme sendo formado por bactérias de verdade em uma placa. O trailer chamava atenção - apesar de lembrar aqueles filmes citados no primeiro parágrafo. Mas nem mesmo Soderbergh, nem mesmo um elenco com mais estatuetas e indicações que os caracteres no nome do filme foi capaz de salvar Contágio.
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