Quem
acompanha a carreira de Pedro Almodóvar sabe reconhecer um dos seus
filmes com poucos minutos de uma cena aleatória. O mais famoso diretor
espanhol tem uma queda para o nonsente, mistura humor com drama com
facilidade, gosta de cores fortes, realmente saturadas, na tela, e
muitas vezes coloca pedaços autobiográficos nos seus roteiros. Pois nem o
mais fanático seguidor conseguiria reconhecer facilmente A Pele Que
Habito como uma das suas obras. Provavelmente numa tentativa de
experimentar algo novo, Almodóval fez seu filme mais sombrio - tanto em
tema quanto em fotografia.
A história é um tanto perturbadora, e o formato não linear escolhido pelo diretor tenta torná-la ainda mais dramática. É difícil classificar o filme, que pende do drama ao suspense, mas sem realmente se prender a nenhum deles. As idas e voltas na linha do tempo não são suficientes para prender a grande surpresa do filme por muito tempo, e com isso o choque que poderia ser muito grande acaba sendo apenas uma breve constatação.
Antonio Banderas, antigo parceiro de Almodóvar, volta a trabalhar com o diretor depois de mais de duas décadas. Ao contrário do personagem nerd-boboca de Ata-me, Banderas aqui faz o médico Robert, com a desenvoltura que os anos de carreira lhe conferem - mas ainda um tanto exagerado para um suspense que não acontece. Elena Ayala, que também já trabalhou com o diretor, faz um bom papel, mas o destaque vai para a veterana Marisa Paredes que, adivinhem, também já esteve sob a batuta de Pedro. Na pele da única personagem que sabe de tudo o que acontece, ela parece ser também a única atriz que conseguiu colocar algum senso no que estava fazendo.
A experiência é sempre louvável, e um diretor do porte de Almodóvar, ainda que em terreno desconhecido, sabe o que faz. É possível ver a qualidade dos diálogos, dos ângulos de câmera, mesmo da fotografia. Mas algo na produção não convence. Mesmo com todos os elementos parecendo conspirar a favor, faltou a magia que costumamos buscar nos filmes do espanhol.
A história é um tanto perturbadora, e o formato não linear escolhido pelo diretor tenta torná-la ainda mais dramática. É difícil classificar o filme, que pende do drama ao suspense, mas sem realmente se prender a nenhum deles. As idas e voltas na linha do tempo não são suficientes para prender a grande surpresa do filme por muito tempo, e com isso o choque que poderia ser muito grande acaba sendo apenas uma breve constatação.
Antonio Banderas, antigo parceiro de Almodóvar, volta a trabalhar com o diretor depois de mais de duas décadas. Ao contrário do personagem nerd-boboca de Ata-me, Banderas aqui faz o médico Robert, com a desenvoltura que os anos de carreira lhe conferem - mas ainda um tanto exagerado para um suspense que não acontece. Elena Ayala, que também já trabalhou com o diretor, faz um bom papel, mas o destaque vai para a veterana Marisa Paredes que, adivinhem, também já esteve sob a batuta de Pedro. Na pele da única personagem que sabe de tudo o que acontece, ela parece ser também a única atriz que conseguiu colocar algum senso no que estava fazendo.
A experiência é sempre louvável, e um diretor do porte de Almodóvar, ainda que em terreno desconhecido, sabe o que faz. É possível ver a qualidade dos diálogos, dos ângulos de câmera, mesmo da fotografia. Mas algo na produção não convence. Mesmo com todos os elementos parecendo conspirar a favor, faltou a magia que costumamos buscar nos filmes do espanhol.
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