25 fevereiro, 2012

O Homem que Mudou o Jogo (Moneyball)

Antes deste, o diretor Bennett Miller só tinha dirigido mais um longa. Este fato poderia não dizer qrande coisa, não fosse esse outro longa ser o excelente Capote, que finalmente fez juz ao grande talento do ator Philip Seymour Hoffman. E a primeira opção para a direção de O Homem Que Mudou o Jogo - uma tradução esquisita, mas necessária, o original Moneyball - foi um certo Steven Soderbergh, que inclusive já tinha iniciado o trabalho filmando algumas entrevistas com atletas de verdade, e escalado Brad Pitt e Demetri Martin - que fez o papel principal no também excelente Aconteceu em Woodstock. De qualquer forma, o filme teve um bom começo.

É verdade que, por se tratar de um esporte praticamente desconhecido aqui, não há o mesmo apelo de história real que os estadunidenses provavelmente sentiram. O baseball é praticamente uma instituição lá, e apesar de ser basicamente uma versão mais organizada do bats - ou bets, ou ainda, em algumas regiões, taco - que muitos de nós jogou quando criança, entender um pouco mais das regras e detalhes do jogo ajudaria a aproveitar melhor a trama. Mas nada que impeça a apreciação - eu mesmo só sei do baseball que ele se parece com o bats.

Um dos feitos do filme pode ser ter dado a chance a Jonah Hill, ator gordinho frequente em comédias tolas, de interpretar um papel mais profundo. É verdade, ao saber que Demetri Martin poderia ter feito o mesmo papel, fiquei pensando se não seria uma escolha mais acertada. Hill sai-se muito bem. E está ancorado de perto por nomes como o próprio Hoffman, e Brad Pitt em uma atuação centrada e eficiente - muito parecido, em estilo e fisicamente, com Robert Redford nos anos 80.

A grande sacada do filme é contar a história de como uma ideia, à época, totalmente estranha mudou a história de um dos esportes preferidos dos EUA. Seria como passar a selecionar os jogadores de futebol da Seleção Brasileira usando apenas dados estatísticos como porcentagem de passes certeiros, finalizações, preparo físico e afins - dados que, segundo me contaram, ratificam sem espaço para dúvidas Pelé como o melhor jogador de todos os tempos até hoje, mas esta não é uma discussão para um blog de cinema. Faz sentido, mas soa ridículo aos amantes do esporte - que lá são muitos e, antes disso, eram os mesmos que mandavam nos times, baseados apenas em observações subjetivas e paixão. Achei um exagero a indicação ao Oscar de Melhor Filme - contando que J. Edgar, por exemplo, ficou de fora - mas é sem dúvida uma boa obra.

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