23 abril, 2007

As Tartarugas Ninja - O Retorno (TMNT)




Quando as Tartarugas Ninja surgiram nos quadrinhos, no auge das discussões sobre energia atômica, trouxeram uma mistura de ambiente soturno com ação e comédia, em traços fortemente estilizados. A primeira adaptação, para desenho animado, retirou o tom sombrio para se adaptar melhor às crianças pequenas. A segunda, para o cinema, transformou-se numa paródia B, com fantasias exageradas e deslocadas. Agora, uma nova incursão dos quelóides na telona aparece, utilizando, como não poderia ser diferente, a animação em 3D. Desta vez, o casamento de ação e comédia com a Nova York noturna foi bem feito.

Mas não passa muito disso. Preocupados em tentar continuar as histórias que os filmes começaram, o roteiro elimina os inimigos tradicionais e conhecidos das tartarugas, e apresenta uma nova série de vilões com uma história profética. Levam um bom tempo introduzindo a trama no início do filme, e seguem a passos rápidos o resto do filme, cortando, justamente, a ação tão esperada. Para tomar o lugar dela, um breve e descuidado drama familiar que não convence.

A animação alterna-se entre o ótimo e o básico. Nos closes e em certas tomadas de ação, vemos toda qualidade que tantos outros já dominam. Mas, em certos momentos, especialmente nas tomadas mais amplas, parece que estamos diante de um daqueles curtas do início da animação por computador. Uma pena, já que o aspecto visual foi o grande acerto do filme.

Quando soube que fariam um novo filme com os personagens, usando uma técnica nova para eles, imaginei que fariam um novo começo, a exemplo do que foi feito com Batman. A opção por tentar continuar uma trama que foi interrompida quase há 15 anos torna bastante difícil a conquista de um público muito especial: as crianças pequenas. Elas iriam gostar de conhecer a origem das tartarugas, e voltariam ávidas aos cinemas para as previsíveis continuações. Para elas, ainda que divertido, o filme deve ter ficado um tanto confuso. Para os grandes, nada que uma sessão da tarde não pudesse oferecer.

Nenhum comentário: