21 maio, 2010

Robin Hood (Robin Hood)



Existem basicamente dois motivos para filmes uma história que já tem uma porção de versões: fazer muito melhor, ou fazer uma versão muito diferente. Mas, notem, diferente mas ainda a mesma história básica. Ridley Scott optou por uma terceira via, contar a história que acontece antes da história. Antoine Fuqua tentou algo parecido em 2004 com o seu Rei Arthur. O resultado de Scott é também parecido, um filme sobre um personagem conhecido em que ele está irreconhecível.

Praticamente nenhuma das características clássicas de Robin Hood está no filme, salvo alguns personagens – na verdade, seus nomes. Nenhum problema nisso por si só, é possível mostrar de forma interessante a construção de personalidade do herói. O problema é que não há a formação da sequência lógica que se imagina num caso como esse, aquela sensação de “Ah, então é por isso que ele é assim”. O Robin Hood de Scott é um truculento soldado sisudo. Ou, em outras palavras, é o Maximus Decimus. Inclusive interpretado por um desmotivado Russel Crowe. Sua atuação parece ainda pior quando comparada ao trabalho de Max von Sydow e Cate Blanchett que, mesmo sem o roteiro permitir, conseguem alguma profundidade nos seus personagens. E também são os únicos a demonstrar algum esforço.

O filme tem um ritmo terrível, quebrado e cansativo, e conta uma história inverossímil de forma fraca. De realmente bom na fita, só a fotografia sempre muito boa nas produções de Scott. Comparado com as duas últimas versões da história dos homens de Sherwood, que se diferenciam pelos sobrenomes “Herói dos Ladrões” e “Príncipe dos Ladrões” e são ambas bastante aceitáveis, a nova parceria Scott-Crowe perde de longe.

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