Quando um filme opta por basear sua história em um acontecimento real, já reduz suas possibilidades criativas em grande parte. Quando, além disso, opta por focar em um personagem específico, parece que teremos uma produção resumida a algumas curiosidades banais da vida de uma única pessoa – mesmo que essa pessoa seja a rainha da Inglaterra, Elizabeth II. Mas não se enganem quando assistirem A Rainha. A quantidade de nuances presentes em um filme que, para o espectador comum, é praticamente parado, é incrível.
Stephen Frears, o diretor, tem um trabalho tão variado quanto qualificado. Passando pela transcrição clássica de Ligações Perigosas ao contemporâneo Alta Fidelidade, incluindo em seu currículo o obscuro Segredo de Mary Reilly e o iluminado Sra. Henderson Apresenta – com a mesma atriz principal da Rainha, inclusive – Frears tem o dom de fazer de seus personagens principais uma teia de relacionamentos e acontecimentos intimamente interligados. Alguns podem pensar que o filme deveria se chamar “A Rainha e o Primeiro Ministro”, tamanha a importância do papel deste. Mas, reparem, é apenas pela influência terrível que a rainha possui sobre toda a política inglesa que o primeiro-ministro alcança tamanha participação na trama de fazer com que a família real seja bem vista após a morte de seu membro mais notório – a Princesa Diana, que de fato nem era mais da família real.
Helen Mirren no papel principal é tudo aquilo que já foi dito dela. Não seria exagero dizer perfeita – não neste caso. Ela conseguiu dar voz e forma a uma figura tão conhecida quanto enigmática do nosso tempo, de tal forma que em vários momentos pensamos etar de fato vendo a própria Elizabeth. O recém-eleito primeiro ministro Tony Blair de Michael Sheen também merece destaque – difícil pensar que é o mesmo ator que deu vida ao lobisomem Lucien da série Anjos da Noite – e também, em menor escala, o caricato príncipe Charles de Alex Jennings.
As escolhas de um diretor sobre o filme pesam sobre a sua qualidade. Frears toma as decisões corretas o tempo todo aqui. Ao escolher a melhor atriz possível para o papel principal, ao levar o roteiro para a sua realização ideal, ao evitar personificar a principal coadjuvante da fita, Diana, ao dar um brilho quase humano às tradições seculares da monarquia inglesa. Não é à toa que concorre ao Oscar de direção, junto com o roteiro de Peter Morgan e, claro, a rainha de Mirren, entre outros. Ainda assim, muitos podem não gostar da trama política que se sobrepõe ao drama humano daquela semana na vida coroada de Elizabeth, e isso inclui a própria, a “de verdade”. Compreensível. Ninguém gosta de um espelho, especialmente um tão reluzente quanto este.
Stephen Frears, o diretor, tem um trabalho tão variado quanto qualificado. Passando pela transcrição clássica de Ligações Perigosas ao contemporâneo Alta Fidelidade, incluindo em seu currículo o obscuro Segredo de Mary Reilly e o iluminado Sra. Henderson Apresenta – com a mesma atriz principal da Rainha, inclusive – Frears tem o dom de fazer de seus personagens principais uma teia de relacionamentos e acontecimentos intimamente interligados. Alguns podem pensar que o filme deveria se chamar “A Rainha e o Primeiro Ministro”, tamanha a importância do papel deste. Mas, reparem, é apenas pela influência terrível que a rainha possui sobre toda a política inglesa que o primeiro-ministro alcança tamanha participação na trama de fazer com que a família real seja bem vista após a morte de seu membro mais notório – a Princesa Diana, que de fato nem era mais da família real.
Helen Mirren no papel principal é tudo aquilo que já foi dito dela. Não seria exagero dizer perfeita – não neste caso. Ela conseguiu dar voz e forma a uma figura tão conhecida quanto enigmática do nosso tempo, de tal forma que em vários momentos pensamos etar de fato vendo a própria Elizabeth. O recém-eleito primeiro ministro Tony Blair de Michael Sheen também merece destaque – difícil pensar que é o mesmo ator que deu vida ao lobisomem Lucien da série Anjos da Noite – e também, em menor escala, o caricato príncipe Charles de Alex Jennings.
As escolhas de um diretor sobre o filme pesam sobre a sua qualidade. Frears toma as decisões corretas o tempo todo aqui. Ao escolher a melhor atriz possível para o papel principal, ao levar o roteiro para a sua realização ideal, ao evitar personificar a principal coadjuvante da fita, Diana, ao dar um brilho quase humano às tradições seculares da monarquia inglesa. Não é à toa que concorre ao Oscar de direção, junto com o roteiro de Peter Morgan e, claro, a rainha de Mirren, entre outros. Ainda assim, muitos podem não gostar da trama política que se sobrepõe ao drama humano daquela semana na vida coroada de Elizabeth, e isso inclui a própria, a “de verdade”. Compreensível. Ninguém gosta de um espelho, especialmente um tão reluzente quanto este.
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