Filmar um livro de José Saramago, por si só, já é uma idéia que chame a atenção. Quem já leu o renomado português sabe que não é nada fácil acompanhar as muitas vezes intrincadas linhas e complicados diálogos, sem falar nos temas e nas abordagens. Isso poderia afastar muitos dos possíveis espectadores, mais interessados em diversão fácil do que em um filme com a densidade de um livro de Saramago. Felizmente, uma boa dose de publicidade bem feita - sem falar nos comentários, positivos e negativos, nos vários festivais em que esteve - tratou de colocar a produção em destaque.
Os direitos do livro estavam vendidos há tempos, para o produtor e o roteirista do filme. Saramago fez a única exiência de que não se conseguisse identificar a cidade nem o país em que a história se passa. Fernando Meirelles, nosso conterrâneo diretor, locou o filme em cidades diferentes para conseguir o efeito - embora seja verdade que ele puxou levemente para São Paulo em algumas tomadas.
O elenco tem quase que só grandes nomes. Mark Ruffalo e Juliane Moore, como o casal principal, Danny Glover, Gael Garcia Bernal, e a brasileira Alice Braga - que aparentemente vai no mesmo caminho de Rodrigo Santoro conquistando seu lugar no cenário internacional - estão nos papéis centrais. Não há muitas surpresas, e essa é a maior deficiência da fita. Meirelles, que soube tirar atuações primorosas de não-atores em Cidade de Deus, não conseguiu trabalhar bem os profissionais aqui. Não há ninguém ruim, mas todos poderiam estar melhores.
Ensaio Sobre a Cegueira é um dos mais contundentes livros do português, daqueles feitos para nos fazer pensar, e muito. O filme tenta chegar ao mesmo nível, mas é muio difícil, especialmente em se tratando de Saramago. Ele consegue ser bastante forte em alguns casos, mas também passa muito levemente em algumas questões. Isso torna o filme não tão pesado quanto poderia - e, assim, mas palatável. Ainda assim, divide opiniões. Sem trocadilhos, é ver pra crer.
Os direitos do livro estavam vendidos há tempos, para o produtor e o roteirista do filme. Saramago fez a única exiência de que não se conseguisse identificar a cidade nem o país em que a história se passa. Fernando Meirelles, nosso conterrâneo diretor, locou o filme em cidades diferentes para conseguir o efeito - embora seja verdade que ele puxou levemente para São Paulo em algumas tomadas.
O elenco tem quase que só grandes nomes. Mark Ruffalo e Juliane Moore, como o casal principal, Danny Glover, Gael Garcia Bernal, e a brasileira Alice Braga - que aparentemente vai no mesmo caminho de Rodrigo Santoro conquistando seu lugar no cenário internacional - estão nos papéis centrais. Não há muitas surpresas, e essa é a maior deficiência da fita. Meirelles, que soube tirar atuações primorosas de não-atores em Cidade de Deus, não conseguiu trabalhar bem os profissionais aqui. Não há ninguém ruim, mas todos poderiam estar melhores.
Ensaio Sobre a Cegueira é um dos mais contundentes livros do português, daqueles feitos para nos fazer pensar, e muito. O filme tenta chegar ao mesmo nível, mas é muio difícil, especialmente em se tratando de Saramago. Ele consegue ser bastante forte em alguns casos, mas também passa muito levemente em algumas questões. Isso torna o filme não tão pesado quanto poderia - e, assim, mas palatável. Ainda assim, divide opiniões. Sem trocadilhos, é ver pra crer.
Um comentário:
Adorei o filme. É claro que eu fui ver sem nenhuma expectativa, já me frustrei muito tentando comparar obras literárias com cinema... mas, mesmo tentando deixar cada obra em seu devido lugar, é quase impossível não comparar alguns parágrafos do livro (mesmo sendo bem difícil identificar um parágrafo nas obras do Saramago hehehe) com algumas cenas especificas do filme... porém, nesse caso, eu tive uma ótima surpresa. Apesar de o livro ser definitivamente mais contundente, o filme conseguiu me passar bem aquela angustia e desespero, além de ter sido muito bem dirigido e fotografado... diga-se de passagem que a subjetividade da câmera e a textura esbranquiçada, fizeram toda a diferença. Talvez, o lance da “fraca” atuação dos personagens, tenha sido proposital, justamente pra focar (não é um trocadilho) no conceito principal: essa falsa sensação de enxergar as coisas como ela realmente são.. e por isso, talvez, se os atores fossem “espetacularmente atuantes”, o idéia central se perdesse, ou teria apenas um representante... enfim, achei muito bom e, como tudo que o Fernando Meirelles já fez, Blindness vale muuuuuuuuuuuuuuuito a pena ser visto (como o Tiago já disse, isso também nao foi um trocadilho)
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