25 janeiro, 2009

Austrália (Australia)




Em 2003, o diretor australiano Baz Luhrmann iniciou um projeto de levar às telas a história de Alexandre, o Grande. Diz-se que já estava escalado o elenco principal, formado por Leonardo DiCaprio e Nicole Kidman, nos papéis de Alexandre e Olympia, sua mãe. A produção foi interrompida porque outro grande diretor, Oliver Stone, estava também filmando o personagem. Muitos se perguntaram - e ainda se perguntam - como seria a visão de Luhrmann para uma produção épica e histórica como seria aquela. Dono de um estilo que usa e abusa de cores fortes, e que adora cenários fantasiosos, num primeiro olhar não seria um filme que nos faria pensar nele.

Mas a vontade de conduzir um épico ficou, e agora Luhrmann nos traz Austrália, um grandioso conto em meio a história da colonização australiana. Com bem mais cenas externas e bem menos cores do que estamos acostumados a ver nos seus filmes - o cenário árido do país é muito bem utilizado, inclusive com um contraste levemente incrementado que esquenta ainda mais a fotografia - ele consegue se sair bem nesta primeira experimentação, apesar de alguns pequenos deslizes no roteiro, que quase se perde em alguns pontos.

Nicole Kidman foi a primeira a aceitar estrelar a fita - segundo rumores, mesmo antes de ler o roteiro, só por ter o nome de Luhrmann na direção. E, segundo dizem, ela convenceu Hugh Jackman a aceitar o convite que já tinha recusado. Não podemos dizer que é o melhor papel para nenhum dos dois, apesar de Jackman estar à vontade no papel de machão. Nicole exagera um pouco nos trejeitos aristocráticos no começo, mas acerta mais depois. Em compensação, eles são acompanhados pelo ótimo garoto Brandon Walters, num papel não muito fácil para uma criança em sua primeira experiência na telona, e por um bom elenco de apoio.

Em alguns momentos, temos a impressão de que o filme já vai acabar - que são os pequenos deslizes no roteiro. De forma geral, poderíamos reduzir os 165 minutos da produção às 2 horas habituais sem grandes perdas. Mas, vá lá, estamos falando de Baz Luhrmann, o diretor que com apenas três outros filmes no currículo conseguiu um lugar de honra na lista de muitos cinéfilos - inclusive este. Pode ser que não fosse o momento mais adequado para um filme desse calibre, mas ainda assim é uma produção excelente, e que deve ser vista.

Um comentário:

Anônimo disse...

Apesar dos clichês, o filme é uma mega produção que vale ser vista. Interessante, além de encaixar fatos históricos e da cultura australiana em um "romanção", a levada meio "conto de fadas", pegando carona em clássicos como Mágico de Oz e E o Vento Levou, deixou o filme mais interessante... de qualquer maneira, uma produção que fará parte do meu acervo, junto com Romeu e Julieta e Moulin Rouge.