Mas não espere ver chefões engravatados desfilando em carrões, nem qualquer tipo de glamour. Estamos aqui no “proletariado” da máfia, no trabalho sujo feito sem luvas. E, por isso mesmo, muito mais real. Não há rostos famosos, e nem mesmo o diretor, Matteo Garrone, é muito conhecido, nem pelos mais ferrenhos cinéfilos. Gomorra é um pouco difícil de seguir. São cinco histórias, levemente intercruzadas, que mostram uma pequena pincelada das várias atividades em que a máfia se insere. Com uma fotografia realista, cheia de sombras que as produções comerciais se esforçam em evitar, e com personagens que não se inserem na dualidade maniqueísta mocinho/bandido – todos ali estão de alguma forma ligados ao crime, mas nem por isso são todos maus – não é para todos os gostos.
E, pelo jeito, não é para o gosto de Hollywood, que ignorou a produção que amealhou prêmios por onde passou, inclusive o Grande Prêmio de Cannes em 2008. Aqui, não vai sair do circuito alternativo, e nem deve. Bom pela brutalidade com que retrata uma denúncia minuciosa, não se adéqua ao espírito de entretenimento das salas comerciais.
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