15 março, 2010

Invictus (Invictus)




Quando pensamos em um diretor que faz praticamente um filme por ano, e que vez por outra estrela as próprias produções, tendemos a imaginar um cineasta novo e ansioso por fazer nome na história do cinema, e que isso provavelmente vai acabar em algumas peças não muito boas – afinal, da ideia ao lançamento muita água corre, às vezes por mais de um ano. Mas estamos falando de Clint Eastwood. Não só ele é um dos mais velhos diretores em atividade, com seus 80 anos, mas é também um dos melhores. É impressionante a capacidade dele de filmar em sucessões tão curtas, e fazer sempre filmes tão bons.

Eastwood gosta de variar também. Ele alterna ficção e histórias reais e muda sempre um pouco o seu estilo, mas sem deixar de colocar a sua marca em tudo o que faz. Ele alterna também na qualidade, mas, ao menos nos últimos tempos, está sempre entre o muito bom e o excelente. Invictus é um caso de filme muito bom. Mas talvez só pensemos assim dele porque o anterior, Gran Torino, é dos excelentes. Não há nada, de fato, que desabone a visão de Eastwood do ousado movimento político de Nelson Mandela ao apoiar um time de rúgbi.

Estrelado por um parceiro costumeiro, Morgan Freeman, e por Matt Damon, Invictus evita habilmente a política do início do mandato de Mandela, para mostrar justamente a política feita nas pequenas coisas. É esse o ponto principal, e é justamente isso que cativa tanto na história. E, coincidência ou não, o mundo todo vai ter a chance de ver os resultados dessas primeiras atitudes do então novo presidente muito em breve, quando quase todos os olhos do mundo estiverem na África do Sul.

Como em outros dos seus filmes baseados em fatos reais, Eastwood gosta de trabalhar com histórias em que o argumento é contornado até o ponto em que justamente aquele assunto paralelo começa a impactar o principal. Aqui, é um jogo de rúgbi representando a oportunidade de unir uma nação. E, como sempre, não há como não sair satisfeito de um filme dele.

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