01 maio, 2010

Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland)




Quando os primeiros boatos sobre uma versão de Alice no País das Maravilhas a ser filmada por Tim Burton saíram, cinéfilos do mundo todo refestelaram-se. É, afinal, um encontro ao qual se pode dar a rara qualificação de “mais-que-perfeito”. Depois do desenho da Disney e das várias versões filmadas – a maioria motivo de vergonha alheia – a história fantástica mais conhecida do mundo merecia um filme à altura, e ninguém melhor para levar os devaneios de Lewis Carrol apropriadamente para a telona que Burton. O boato virou notícia, as primeiras imagens começaram a aparecer, então os trailers, tudo ótimo, tudo parecendo levar ao que esperávamos que íamos ver. Entendemos que não seria, afinal, a história original – ou uma mescla dos livros Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho, como grande parte das produções anteriores – mas sim uma espécie de continuação, uma Alice mais velha voltando a Wonderland.

E, de fato, o Alice de Burton é tão fantástico quanto se esperava que fosse. Colorido quando se deve, sombrio quando convém, com o ritmo que o diretor sempre consegue segurar, e mesmo aplicando muito bem os efeitos digitais que ele sempre evita – mas que aqui são indispensáveis. O elenco, então, não poderia ser melhor. Os eternos parceiros Johnny Depp, como Chapeleiro Maluco, e Helena Bonham-Carter como a Rainha Vermelha – e que na verdade tem os trejeitos da Rainha de Copas – estão excelentes. Mia Wasikowska desponta com Alice, especialmente contracenando com tantos nomes bons. E nos personagens animados, dubladores de peso – Stephen Fry como o Gato de Cheshire, Michael Sheen como o Coelho Branco e Alan Rickman como a Lagarta, entre outros bons nomes. Tudo isso bem comandado.

Mas, apesar dessas várias qualidades, e apesar mesmo de ser difícil apontar defeitos verdadeiros – deixando de fora a utilização do 3D, que não é das melhores – falta algo. O roteiro tem os traços característicos de Burton, mas tem também aquele “ranço” Disney, que algumas vezes tolhe o potencial de uma história. É isto, possivelmente, o que nos incomoda, as concessões que o diretor fez à produtora, tudo o que foi retirado e evitado. Ficamos com uma sensação de que faltou “mais Burton”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Você foi BEM generoso com essas 4 estrelas a Alice!
o 3D, pelo que vi vai ser difícil vir algo por aí que supere Avatar!
Além de um péssimo 3D aconteceu bem o que você disse, "faltou Burton", portanto achei 4 estrelas demais!!
falou!