02 março, 2011

Bravura Indômita (True Grit)




Os Irmãos Coen estão entre os melhores realizadores de cinema em atividade hoje. Olhando para o currículo deles, pode-se dizer que nunca erraram. Claro que nem sempre agradam o grande público, mas sempre fazem excelentes filmes. Bravura Indômita não foge à regra. Ao contrário do que se tem falado, não podemos considerar esta versão um remake. Há uma outra versão, filmada em 1969 com John Wayne no papel principal. Mas os Coen foram à origem da história, o livro de Charles Portis. Por isso, neste, o papel principal não é do marshall-pistoleiro Cogburn, mas da jovem Mattie Ross em busca de vingança.

Ela é interpretada por uma bela descoberta, Hailee Steinfeld, que infelizmente foi injustiçada no Oscar. Mas não por não ter ganho o Oscar, e sim por concorrer como Atriz Coadjuvante. É claro que deveria ter sido Atriz Principal - que ela não ganharia da mesma forma, mas seria ao menos mais correto com a importância do seu papel na fita. Ela não perde em nada, em interpretação, para o experiente Jeff Bridges e o talentoso Matt Damon, ou nenhum dos outros mal-encarados personagens bem retratados.

Mas Hailee não é o único trunfo do filme. Como em todas as produções dos Coen, há um delicado e dedicado trabalho cinematográfico que vai dos aspectos técnicos invisíveis ao público, à maestria em explorar os cenários naturais e recriados para nos transportar para o batido velho oeste norte-americano. E há, como sempre, o humor, presente mesmo na mais soturna das histórias filmadas por eles. Bravura Indômita é bem feito em vários níveis, capaz de agradar tanto o cinéfilo exigente quanto o frequentador eventual das salas de cinema.

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