20 dezembro, 2007

Bee Movie - A História de uma Abelha (Bee Movie)



O começo do século XXI marca a passagem das animações computadorizadas para um novo patamar na indústria de cinema. Antes os nomes famosos restringiam-se às vozes dublando os personagens; agora, grandes personalidades do cinema aventuram-se na era digital. Já tivemos produções em 3D dirigidas por gente de peso como Robert Zemeckis e Luc Besson. A equipe da Aardvark Animation deixou seus bonecos de stop motion para filmar no computador. Bee Movie avança um pequeno passo, colocando o famoso comediante Jerry Seinfeld não apenas dublando o personagem principal, mas também escrevendo e produzindo. A própria idéia do filme saiu de Seinfeld, numa conversa informal com Steven Spielberg e depois de longas insistências de Jeffrey Katzenberg - presidente da Dreamworks Animation - para que aquele participasse de um filme de animação.

O comediante de Nova York conta a história de uma abelha recém formada que descobre que os humanos lucram com o mel que aqueles insetos produzem, e decide processar toda a humanidade por isso. Em meio às tradicionais confusões esperadas de uma animação e às piadas com referências diversas, a fita caminha bem. Era de se esperar um humor um pouco diferente de quem assina o roteiro. Seinfeld, aparentemente, ficou receoso de caprichar tanto no seu habitat e tornar o filme inapropriado para o seu público principal, as crianças.

Há o aspecto levemente inusitado de transformar o filme em uma história de tribunal, a boa utilização das características próprias das abelhas, e a animação sempre bela e fluída, mas já não é um roteiro que encante - é preciso lembrar que este ano tivemos a obra-prima Ratatouille. Passada a primeira fase do 3D, estamos em um interlúdio - como o que o cinema já passou sempre que uma nova tecnologia era apresentada - e o estúdio de Spielberg, que antes concorria nariz a nariz com a Pixar, agora está bem atrás, fazendo apenas o "feijão com arroz". Simpático e divertido, sim, mas faltou aquela pitada de algo mais que Jerry Seinfeld poderia acrescentar.

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