A exemplo de Não Por Acaso, Estômago é uma agradável surpresa do cinema brasileiro. Uma história que consegue reunir humor com inteligência, utilizando um tópico pouco comum sobre um mais do que batido. A história do nordestino Raimundo Nonato tentando a vida na cidade grande - que, como em Não Por Acaso não é identificada - poderia ser mais uma tentativa de explorar as mazelas brasileiras. O fato dele ser um exímio cozinheiro, e desse ser o mote central, muda tudo.
O diretor Marcos Jorge estreia em longa-metragem muito bem. Explorando o roteiro, e o tempo, com as mãos de quem sempre teve que espremer os filmes - até hoje só tinha dirigido curtas - ele faz a história avançar e voltar, mostrando o ontem e o hoje do cozinheiro, e, pouco a pouco, como ele chegou lá. Das coxinhas que tornaram um buteco pé-de-chinelo a sensação do bairro à cela de cadeia. Sempre focando o personagem, nunca o contexto.
O personagem principal é interpretado pelo atual queridinho do cinema brasileiro, João Miguel. Ainda preso no contexto do homem do nordeste, ele sabe desafiar seu personagem a ser não mais um retirante, mas alguém que descobriu, meio sem querer, um jeito de se sobressair. Sua boa atuação não é uma surpresa. Isso fica por conta de Fabiula Nascimento. A atriz fez uma excelente composição da mulher que é a namorada mais perfeita que um bom cozinheiro pode querer: gordinha, sexy e boa de garfo. A cena em que eles satisfazem, cada um, seus prazeres, poderia ser um exagero desnecessário, mas é tratado com o humor que permeia todo o filme. O elenco de apoio também ajuda - incluindo a participação especial de Paulo Miklos.
Enquanto alguns ainda acham que o cinema - especialmente o brasileiro - tem que ser um veículo de crítica social, outros aproveitam as boas histórias que podem ser contadas. Estômago não vai te fazer pensar sobre o problema dos pobres migrantes no Brasil, nem sobre a prostituição, nem sobre a intrincada teia de poderes internos das cadeias, nem mesmo sobre gastronomia. Vai te divertir com um humor inteligente que há muito não se via numa produção nacional.
O diretor Marcos Jorge estreia em longa-metragem muito bem. Explorando o roteiro, e o tempo, com as mãos de quem sempre teve que espremer os filmes - até hoje só tinha dirigido curtas - ele faz a história avançar e voltar, mostrando o ontem e o hoje do cozinheiro, e, pouco a pouco, como ele chegou lá. Das coxinhas que tornaram um buteco pé-de-chinelo a sensação do bairro à cela de cadeia. Sempre focando o personagem, nunca o contexto.
O personagem principal é interpretado pelo atual queridinho do cinema brasileiro, João Miguel. Ainda preso no contexto do homem do nordeste, ele sabe desafiar seu personagem a ser não mais um retirante, mas alguém que descobriu, meio sem querer, um jeito de se sobressair. Sua boa atuação não é uma surpresa. Isso fica por conta de Fabiula Nascimento. A atriz fez uma excelente composição da mulher que é a namorada mais perfeita que um bom cozinheiro pode querer: gordinha, sexy e boa de garfo. A cena em que eles satisfazem, cada um, seus prazeres, poderia ser um exagero desnecessário, mas é tratado com o humor que permeia todo o filme. O elenco de apoio também ajuda - incluindo a participação especial de Paulo Miklos.
Enquanto alguns ainda acham que o cinema - especialmente o brasileiro - tem que ser um veículo de crítica social, outros aproveitam as boas histórias que podem ser contadas. Estômago não vai te fazer pensar sobre o problema dos pobres migrantes no Brasil, nem sobre a prostituição, nem sobre a intrincada teia de poderes internos das cadeias, nem mesmo sobre gastronomia. Vai te divertir com um humor inteligente que há muito não se via numa produção nacional.
Um comentário:
Filme muito bom, ótima crítica!
Postar um comentário