29 março, 2008

Jumper (Jumper)




Às vezes as decisões políticas e burocráticas dos grandes estúdios de Hollywood podem impedir que bons roteiros atinjam seu real potencial. Esse parece ser o caso de Jumper. A história do rapaz com a habilidade de se teletransportar é um bom filme de ação, mas poderia ter mais conteúdo, e parece que as idéias para preencher esse conteúdo estavam no papel e foram barradas pela produtora. Os roteiristas David Goyer - responsável por Dark City e Batman Begins - e Jim Uhls - que escreveu Clube da Luta - certamente têm uma boa explicação para a existência de pessoas que se teletransportam desde a idade média, e também das pessoas que as caçam.

Pitadas dessa explicação aparecem na fita, mas não o suficiente para entendermos. Isso não impede que a produção seja divertida e interessante. O diretor Doug Liman, de A Identidade Bourne e Sr. e Sra. Smith, sabe como utilizar a profusão de cenários, e como manter a ação mais ou menos inteligível. Há alguns problemas na definição de mocinhos e vilões, já que Hayden Christensen, que interpreta o principal, não é exatamente mau, enquanto seu perseguidor Samuel L. Jackson também não é um vilão.

Uma rápida olhada no IMDb pode dar uma pista das perguntas que ficam no ar no final do filme, já que a seqüência encontra-se anunciada para 2011. E novamente vemos com clareza a interferência dos grandes estúdios, nessa básica ação de multiplicação de lucros. Meia hora a mais de filme não cansaria ninguém, e seria o suficiente para sanar muitas dúvidas e tornar a história bem mais interessante. Uma continuação pode não alcançar o mesmo resultado.

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