04 março, 2007

Motoqueiro Fantasma (Ghost Rider)




Nicholas Cage é um excelente ator. Eva Mendes é linda e talentosa. O Motoqueiro Fantasma é um personagem interessante. Mas apenas essas qualidades não fazem um bom filme. E definitivamente não fizeram, nesse caso. Desde que se começou a filmar as histórias em quadrinhos com as novas tecnologia de Hollywood, o primeiro filme tem sempre o mesmo papel: apresentar o personagem aos jovens de hoje, que não pegaram as origens dos quadrinhos de agora – ou simplesmente não lêem os quadrinhos. Por isso, quase todos tem a mesma história básica, com um inimigo clássico e as origens dos poderes. Louvável. Mas é preciso um bom roteiro também. Basta comparar a qualidade, e a penetração entre o público alvo, dos dois maiores sucessos nesse segmento, X-Men e Homem-Aranha. Ambos tinham bons roteiros desde o primeiro filme, e um conjunto de qualidades que leva a fita a ser apreciada.

Aqui temos bons atores, incluindo Cage e Eva, e também o ótimo Wes Bentley – a quem, até agora, não deram a chance de repetir sua excelente atuação no Beleza Americana. Do outro lado, temos o diretor Mark Steven Johnson, que, das duas outras produções que comandou, inclui um dos outros filmes de herói que não empolgou, O Demolidor. Assim como naquele, neste ele também escreveu.

Claro, há bons momentos no filme, mas são poucos e espaçados. Cage, por melhor que seja, não consegue salvar uma cena sozinho. E de quem foi a idéia de colocar Eva Mendes como uma bitolada? A coitada de esforça para entrar em um personagem superficial, e acaba com uma atuação forçada. Sem ressalvas, mesmo, só para os efeitos especiais.

Hoje é preciso mais que isso. Já que vão gastar alguns milhões para colocar um personagem nas telas, que façam isso de maneira que ansiemos pelas continuações – sim, elas vão existir, não obstante a irregularidade deste primeiro, especialmente porque, aparentemente, as bilheterias não se importam muito com a qualidade. Ao menos até as críticas começarem a se multiplicar. Se você não conhece o personagem e não tem um interesse especial, não se dê ao trabalho. Espere até o seu aparecimento numa sessão da tarde qualquer, que não tardará.

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