Como segurar por quase 3 horas um filme lento, em que já sabemos o que vai acontecer? O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford repete uma história bastante conhecida - pelo menos para os norte-americanos: a do bandido-celebridade que no século XIX realizou ousados assaltos a trens e bancos nos Estados Unidos. Já na época em que estava em atividade suas histórias - verdadeiras ou não - eram contadas nos primórdios da Pulp Fiction, os livros de literatura barata que aqui no Brasil são representados nas bancas por Sabrina e seus similares. Vários livros, filmes e séries fizeram referência ao fora-da-lei, mesmo recentemente. O que há, então, de novo? A história, aqui, não é sobre Jesse James, mas sobre aquele que acabaria por assassiná-lo, Bob Ford. Ávido admirador de James, Ford entra para o bando no último assalto a trem, então com 19 anos, e cerca de dois anos depois mata o seu ídolo. O filme conta essa história.
O diretor Andrew Dominik é um novato, com apenas outro filme no currículo, o ultraviolento Chopper. Aqui ele demonstra um grande domínio da linguagem cinematográfica, imprimindo ao filme um ritmo coerente, bem longe do faroeste que o tema nos levaria a imaginar. Sua fotografia é belíssima, aproveitando muito bem as cenas externas com um interessante efeito de desfoque lateral em algumas tomadas. Autor também do roteiro, Dominik soube utilizar muito bem a história e teve a sensibilidade de trabalhar corretamente o personagem certo para contá-la.
E, provando que é também um bom diretor de atores, temos Brad Pitt em uma ótima performance como Jesse James, contracenando com um competente Casey Affleck - que demonstra aqui superar facilmente o irmão Ben - no papel de Bob Ford. A caracterização de ambos é singular: enquanto Jesse é confiante e centrado, Ford é tímido e agitado. Ambas as atuações conseguem passar muito bem essas descrições, através de todos os artifícios de linguagem corporal tão importantes para a profissão. Todo o elenco atua bem, inclusive sabendo deixar a atenção sobre os personagens que realmente interessam.
Os fatos narrados no filme foram documentados, são parte da história. É a relação íntima entre ídolo e o admirador que segura os espectadores na poltrona, mantendo a tensão de saber como é o começo de uma história que a maioria já sabe. Jesse James pode ser considerado a primeira mega-celebridade, apesar de conseguir viver incógnito como Thomas Howard por anos. Na comparação que os norte-americanos adoram fazer, ele era mais conhecido que o presidente em sua época, e assim foi com Bob Ford depois que o matou. Escolher uma boa história e contá-la de uma boa maneira é o que faz o bom cinema. E é isso que vemos na tela neste filme.
O diretor Andrew Dominik é um novato, com apenas outro filme no currículo, o ultraviolento Chopper. Aqui ele demonstra um grande domínio da linguagem cinematográfica, imprimindo ao filme um ritmo coerente, bem longe do faroeste que o tema nos levaria a imaginar. Sua fotografia é belíssima, aproveitando muito bem as cenas externas com um interessante efeito de desfoque lateral em algumas tomadas. Autor também do roteiro, Dominik soube utilizar muito bem a história e teve a sensibilidade de trabalhar corretamente o personagem certo para contá-la.
E, provando que é também um bom diretor de atores, temos Brad Pitt em uma ótima performance como Jesse James, contracenando com um competente Casey Affleck - que demonstra aqui superar facilmente o irmão Ben - no papel de Bob Ford. A caracterização de ambos é singular: enquanto Jesse é confiante e centrado, Ford é tímido e agitado. Ambas as atuações conseguem passar muito bem essas descrições, através de todos os artifícios de linguagem corporal tão importantes para a profissão. Todo o elenco atua bem, inclusive sabendo deixar a atenção sobre os personagens que realmente interessam.
Os fatos narrados no filme foram documentados, são parte da história. É a relação íntima entre ídolo e o admirador que segura os espectadores na poltrona, mantendo a tensão de saber como é o começo de uma história que a maioria já sabe. Jesse James pode ser considerado a primeira mega-celebridade, apesar de conseguir viver incógnito como Thomas Howard por anos. Na comparação que os norte-americanos adoram fazer, ele era mais conhecido que o presidente em sua época, e assim foi com Bob Ford depois que o matou. Escolher uma boa história e contá-la de uma boa maneira é o que faz o bom cinema. E é isso que vemos na tela neste filme.
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