20 abril, 2008

Quebrando a Banca (21)




No final da década de 70, um curso especial do Massachusetts Institute of Technology utilizou técnicas de matemática aplicada ao famoso Blackjack - conhecido como 21 no Brasil - o único jogo de cartas em que é possível vencer sem contar com sorte ou blefe. Desse curso surgiu uma equipe de estudantes dispostos a ir a fundo na técnica, e colocá-la à prova nos cassinos de Las Vegas. Esse foi o início da história real que inspirou Quebrando a Banca.

A produção tem todos os ingredientes de um filme do tipo "pura diversão". Para dirigi-lo, escolheram Robert Luketic, diretor de pouca experiência, mas com a comédia sucesso Legalmente Loira no currículo. Ele não supreende, mas também não decepciona. Imprime um ritmo bom à fita, valendo-se das mudanças no seu personagem principal para dar o tom. A seu favor, um roteiro bem feito - pela dupla Peter Steinfeld e Allan Loeb, aquele responsável por O Outro Nome do Jogo e A Máfia Volta ao Divã, duas continuações, e este pelo aclamado Coisas que Perdemos pelo Caminho - e um elenco bem preparado.

Jim Sturgess parece ser o novo candidato a queridinho de Hollywood. Trabalhou em seriados e filmes independentes até chamar atenção por seu papel no musical Across the Universe. Logo seguido por um papel no recém-lançado A Outra, e no mesmo ano fez este. Ele consegue uma boa progressão do calmo e sereno estudante brilhante para o jovem deslumbrado com Las Vegas e com o dinheiro fácil. Sua atuação mostra que tem bastante potencial. Ele encara Kevin Spacey - sempre magistral - sem problemas. Os outros jovens do grupo estão todos bem, correspondendo aos seus papéis de coadjuvantes.

Com vários ingredientes certos, é um filme divertido o suficiente para valer as pouco mais de duas horas na poltrona. Pitadas de humor na dose certa, algum suspense, algum drama, e um bom produto final. Vale certamente como experiência para os vários envolvidos que envolveram-se em um tipo de produção diferente do que estavam acostumados. Estamos no que se pode chamar de "entressafra" de Hollywood, em que se preparam grandes produções para as férias de verão daqui a dois meses, e os bons independentes começar a se mexer para conseguir os fundos através dos vários festivais que existem lá. Para ninguém ficar parado, filmes assim mantém o público entretido, e os profissionais exercitando-se.

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