Um bom diretor consegue pegar uma história sem nada de mais, e transformá-la em uma bela peça. Um Beijo Roubado não tem nenhuma novidade. O roteiro não é essencialmente novo, a fotografia urbana, também não. Descrito, é um filme que poderia passar despercebido, sem chamar atenção. Ledo engano. A nova produção de Kar Wai Wong, o chinês que foi o primeiro do seu país a ganhar o prêmio de melhor diretor em Cannes, é excelente.
Como um imenso quebra-cabeça, tudo aqui se encaixa com perfeição. O clima do filme - cuja maior parte das cenas acontece de noite - é realçado pela leve granulação, e pelas interferências de cenas com absoluto silêncio e a câmera rodando em velocidade lenta. As cores fortes e vibrantes, o movimento, planos e contraplanos profundamente marcados pelo foco que nem sempre está onde usualmente se imagina, tudo é um espetáculo visual. A música melancólica é apenas a cobertura deste bastante recheado doce, que inclui um elenco de primeira.
É uma agradável surpresa vermos a cantora de jazz Norah Jones na tela. Não é a primeira artista do mundo da música a se aventurar na sétima arte, mas poucas vezes a personalidade musical se encaixou tão bem à personagem. A Elizabeth poderia tranquilamente tocar o mesmo jazz de Norah Jones. A sua atuação não é exemplar - nem poderia se esperar por isso - mas é suficientemente boa para não fazer feio a um time composto por Jude Law, Davie Strathairn, Rachel Weisz - esses dois em atuações soberbas - e Natalie Portman. Todos estão muito bem, como se tivessem nascido para os papéis. Rachel Weisz é um pequeno fenômeno, capaz de aparecer linda na tela, mesmo com cara de bêbada e cabelos desgrenhados.
Uma pena que não mantiveram o nome original na tradução. My Blueberry Nights contém um bocado da poesia do filme, e Um Beijo Roubado é quase um estraga-surpresas - só não o é porque já fica muito claro no próprio cartaz. Feito para o circuito alternativo, é uma produção que deveria ser mais valorizada, como o seu diretor. Cuidadoso, bonito e sensível, é daqueles filmes que nos fazem sair da sala extasiados pelo bom cinema.
Como um imenso quebra-cabeça, tudo aqui se encaixa com perfeição. O clima do filme - cuja maior parte das cenas acontece de noite - é realçado pela leve granulação, e pelas interferências de cenas com absoluto silêncio e a câmera rodando em velocidade lenta. As cores fortes e vibrantes, o movimento, planos e contraplanos profundamente marcados pelo foco que nem sempre está onde usualmente se imagina, tudo é um espetáculo visual. A música melancólica é apenas a cobertura deste bastante recheado doce, que inclui um elenco de primeira.
É uma agradável surpresa vermos a cantora de jazz Norah Jones na tela. Não é a primeira artista do mundo da música a se aventurar na sétima arte, mas poucas vezes a personalidade musical se encaixou tão bem à personagem. A Elizabeth poderia tranquilamente tocar o mesmo jazz de Norah Jones. A sua atuação não é exemplar - nem poderia se esperar por isso - mas é suficientemente boa para não fazer feio a um time composto por Jude Law, Davie Strathairn, Rachel Weisz - esses dois em atuações soberbas - e Natalie Portman. Todos estão muito bem, como se tivessem nascido para os papéis. Rachel Weisz é um pequeno fenômeno, capaz de aparecer linda na tela, mesmo com cara de bêbada e cabelos desgrenhados.
Uma pena que não mantiveram o nome original na tradução. My Blueberry Nights contém um bocado da poesia do filme, e Um Beijo Roubado é quase um estraga-surpresas - só não o é porque já fica muito claro no próprio cartaz. Feito para o circuito alternativo, é uma produção que deveria ser mais valorizada, como o seu diretor. Cuidadoso, bonito e sensível, é daqueles filmes que nos fazem sair da sala extasiados pelo bom cinema.
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