A história de um país conta muito na formação dos seus artistas, e no cinema não é diferente. Não é à toa que o Brasil ainda faz filmes tendo a seca no nordeste como tema ou lugar, sobre a ditadura, e outras inspirações recorrentes. O Leste Europeu possui o seu jeito particular de contar histórias, também com fortes ligações com seu passado. A maioria dos países daquela região foi envolvida nas duas grandes guerras apenas pela proximidade geográfica, e depois engolida pela extinta União Soviética por um acordo político. As privações e proibições desse período recente tornou a narrativa cinematográfica deles forte e chocante - como era sua realidade.
4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias parte de uma trama muito simples. Conta um dia na vida de uma estudante universitária que ajuda sua colega de quarto a realizar um aborto ilegal. A grande diferença do filme está na maneira como a história é contada. Não há meandros, não há truques, não há sombras. Diz-se o que deve ser dito, e, especialmente, mostra-se o que deve ser mostrado, com toda a dureza necessária. A narrativa extremamente realista lembra um pouco a literatura da região, com seus detalhes explícitos. A intenção é clara: chocar o público, contagiá-lo com o que era a Romênia nos anos 80, ainda sob o jugo da URSS. Nada de julgamentos sobre a legalidade do aborto e o direito da mulher ou do feto. Apenas o fato, sob luz forte.
O estilo forte do diretor Cristian Mungiu lhe deu a Palma de Ouro em Cannes. Apesar de não ter o prestígio comercial do Oscar, a premiação de Cannes é de longe a mais importante no sentido artístico do cinema, e isso mostra a qualidade que a produção tem. E para mostrar como o estilo norte-americano não admite esse "excesso de realidade", nem mesmo uma indicação ao premio da Academia Norte-Americana o filme teve. Mas por trás de todo o choque, de toda a revolta que causa, há uma história bem contada. Bem o suficiente para ser apropriado - e até necessário - recomendar que pessoas muito sensíveis não assistam.
4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias parte de uma trama muito simples. Conta um dia na vida de uma estudante universitária que ajuda sua colega de quarto a realizar um aborto ilegal. A grande diferença do filme está na maneira como a história é contada. Não há meandros, não há truques, não há sombras. Diz-se o que deve ser dito, e, especialmente, mostra-se o que deve ser mostrado, com toda a dureza necessária. A narrativa extremamente realista lembra um pouco a literatura da região, com seus detalhes explícitos. A intenção é clara: chocar o público, contagiá-lo com o que era a Romênia nos anos 80, ainda sob o jugo da URSS. Nada de julgamentos sobre a legalidade do aborto e o direito da mulher ou do feto. Apenas o fato, sob luz forte.
O estilo forte do diretor Cristian Mungiu lhe deu a Palma de Ouro em Cannes. Apesar de não ter o prestígio comercial do Oscar, a premiação de Cannes é de longe a mais importante no sentido artístico do cinema, e isso mostra a qualidade que a produção tem. E para mostrar como o estilo norte-americano não admite esse "excesso de realidade", nem mesmo uma indicação ao premio da Academia Norte-Americana o filme teve. Mas por trás de todo o choque, de toda a revolta que causa, há uma história bem contada. Bem o suficiente para ser apropriado - e até necessário - recomendar que pessoas muito sensíveis não assistam.
Um comentário:
Filmes europeus não são definitivamente o meu forte, porém os diretores Europeus tem a fama de abordar temas polêmicos de forma bem crua, sem todos os floreios e rococós típicos dos americanos. O que deve de fato fazer o filme bem interessante.
Gostei bastante da resenha por Ti escrita (sim, com o trocadilho).
Um abraço
Bruno.bro
Postar um comentário