A origem dos Estados Unidos como uma nação forte e dominante é um tema freqüentemente visitado no cinema, mas quase sempre com um "distanciamento seguro". Em Sangue Negro acontece exatamente isso, e a distância é tomada a partir do recorte da história de um personagem em particular, um homem que prosperou no início do século XX prospectando petróleo. Ganância, família e religião são, aqui, as bases do futuro norte-americano, e são também o foco dos conflitos, contrapondo um jovem pastor e sua comunidade ao prospector.
A fita é dirigida por Paul Thomas Anderson. O jovem californiano dirigiu muito pouco, apenas 5 longas com este. Entre eles, duas pérolas: Boogie Nights e Magnólia, os dois que o consagraram, e que mostram que é um bom diretor. Seu estilo tende a aproveitar muito da fotografia e do cenário para contar a história, e em Sangue Negro ele a deixa falar como nunca. O primeiro diálogo do filme só acontece mais de 10 minutos depois do início, quando o personagem principal, já prosperando, apresenta-se a uma pequena cidade. Nesse silencioso começo, vemos Daniel Plainview passar de um solitário minerador a um prospector e pai solteiro. Sem diálogos.
A presença de Daniel Day-Lewis é, praticamente sozinha, a certeza de um grande filme. O inglês atua cada vez menos, e por isso escolhe muito bem não apenas os roteiros e os personagens, mas também os diretores. E é, hoje, o maior representante da consagrada técnica de atuação conhecida como "O Método", em que atores fazem uma longa imersão em seus personagens, praticamente tornando-se eles durante a produção. Para quem não conhece, uma pequena amostra: se você interpretar o rival de um ator que trabalha com o Método, ele não trocará uma palavra gentil com você, durante o tempo em que a produção levar. E justamente como rival neste está o jovem Paul Dano - que saiu-se muito bem como o revoltado adolescente de Pequena Miss Sunshine. Dano demonstra que tem muito potencial, e encara com habilidade a grandiloqüência da atuação de Day-Lewis.
Os temas da produção - aqueles ditos no primeiro parágrafo - são tratados sem beleza e sem meandros. Mesmo a religião é mostrada como um mecanismo de coerção social, o que pode desagradar bastante. Mas é uma peça cinematográfica extremamente bem feita. Cada ponta está corretamente amarrada - o que é uma marca do diretor - e o ritmo é adequado. Tudo funciona muito bem, mesmo quando é para causar algum choque. O conflito, iminente o tempo todo, e do que trata o título original, é a força motriz da história, e é respeitado em cada cena. Como em quase todos os seus filmes anteriores, Paul Thomas Anderson mostra-se um suspiro do bom cinema inserido nas engrenagens da indústria norte-americana.
A fita é dirigida por Paul Thomas Anderson. O jovem californiano dirigiu muito pouco, apenas 5 longas com este. Entre eles, duas pérolas: Boogie Nights e Magnólia, os dois que o consagraram, e que mostram que é um bom diretor. Seu estilo tende a aproveitar muito da fotografia e do cenário para contar a história, e em Sangue Negro ele a deixa falar como nunca. O primeiro diálogo do filme só acontece mais de 10 minutos depois do início, quando o personagem principal, já prosperando, apresenta-se a uma pequena cidade. Nesse silencioso começo, vemos Daniel Plainview passar de um solitário minerador a um prospector e pai solteiro. Sem diálogos.
A presença de Daniel Day-Lewis é, praticamente sozinha, a certeza de um grande filme. O inglês atua cada vez menos, e por isso escolhe muito bem não apenas os roteiros e os personagens, mas também os diretores. E é, hoje, o maior representante da consagrada técnica de atuação conhecida como "O Método", em que atores fazem uma longa imersão em seus personagens, praticamente tornando-se eles durante a produção. Para quem não conhece, uma pequena amostra: se você interpretar o rival de um ator que trabalha com o Método, ele não trocará uma palavra gentil com você, durante o tempo em que a produção levar. E justamente como rival neste está o jovem Paul Dano - que saiu-se muito bem como o revoltado adolescente de Pequena Miss Sunshine. Dano demonstra que tem muito potencial, e encara com habilidade a grandiloqüência da atuação de Day-Lewis.
Os temas da produção - aqueles ditos no primeiro parágrafo - são tratados sem beleza e sem meandros. Mesmo a religião é mostrada como um mecanismo de coerção social, o que pode desagradar bastante. Mas é uma peça cinematográfica extremamente bem feita. Cada ponta está corretamente amarrada - o que é uma marca do diretor - e o ritmo é adequado. Tudo funciona muito bem, mesmo quando é para causar algum choque. O conflito, iminente o tempo todo, e do que trata o título original, é a força motriz da história, e é respeitado em cada cena. Como em quase todos os seus filmes anteriores, Paul Thomas Anderson mostra-se um suspiro do bom cinema inserido nas engrenagens da indústria norte-americana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário